FUNDAMENTOS
Arthur Koestler desenvolveu o conceito de hólon. Segundo Koestler, partes e todo em sentido absoluto não existem. Todas as entidades, das moléculas aos seres humanos e destes aos sistemas sociais, podem ser consideradas todo no sentido de serem estruturas integradas e também partes de todos maiores, em níveis superiores de complexidade.
Os hólons são possuidores de duas tendências básicas: uma integrativa e outra auto-afirmativa.
No que se refere ao ser humano, tomado aqui como exemplo, a tendência integrativa dá ao indivíduo a consciência gregária (vida em comunidades), que o faz sentir-se parte de um grupo, de uma sociedade, de um todo maior. É graças a ela que o ser humano exercita suas possibilidades de associação, de cooperação, de organização familiar e comunitária, de trabalho em grupo.
Já a tendência auto-afirmativa lhe confere a consciência de sua individualidade, de se sentir como pessoa única e especial, diferenciado dos seus semelhantes pelas características originais de sua personalidade.
Essas duas tendências parecem opostas, e realmente são, mas, ao contrário do que pode parecer à primeira vista, não são excludentes. A existência de uma não exclui e não desobriga a existência da outra.
Pelo contrário, elas são complementares e devem estar em equilíbrio dinâmico. Isso quer dizer que, de acordo com o momento e a situação que o indivíduo está vivendo, uma tendência pode e até deve predominar sobre a outra. Mas ambas precisam existir de forma harmônica para que se preserve o equilíbrio (e a saúde) do sistema.
DETALHAMENTO
Uma das contribuições mais importantes para a análise dos sistemas tecnológicos e sociais, concebida por Arthur Koestler, foi o conceito de holon.
Ele juntou dois conceitos gregos – holos (que significa totalidade) e o sufixo –on (que significa parte ou partícula) – criando um neologismo (palavra nova) para explicar as inter-relações existentes nos sistemas complexos, como a mente humana e as construções humanas.
“Os termos parte e todo são relativos e ambíguos. Uma parte, como geralmente usamos a palavra, significa algo fragmentado e incompleto, que não tem uma existência por si mesmo. O todo, ao contrário, é considerado como algo completo em si mesmo e dispensa qualquer explicação adicional.” (KOESTLER, 1969).
“Mas todo e partes, nesse sentido absoluto, simplesmente não existem em lugar nenhum, no domínio dos organismos vivos e das organizações sociais.” (KOESTLER, 1969).
O que encontramos são estruturas intermediárias em diversos níveis e numa ordem ascendente de complexidade: partes que se revelam todos, ou vice-versa, de acordo com o modo como as observamos. Os fonemas, as palavras, as frases são todos, mas são também partes de um todo maior, assim como são as células, os tecidos, os órgãos, as famílias, os clãs e as tribos.
Os holons apresentam características específicas, visíveis em qualquer tipo de sistema. Entre as características do hólon destaca-se a hierarquia. Significa ordem sagrada, indicando que todo sistema tem uma finalidade e está organizado hierarquicamente em relação à sua função e ao controle de seus processos internos.
Como alternativa à hierarquia, surge o conceito de holarquia, como um sistema de holons que cooperam para atingir um dado objetivo. A holarquia define as regras básicas de cooperação entre holons, limitando assim a sua autonomia.
Fonte: http://www.profcordella.com.br/unisanta/textos/fqa12_conceito_holon.htm